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Como foi o interrogatório no STF?
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) consideraram que os interrogatórios do “núcleo crucial” do suposto golpe ocorreram sem grandes surpresas, seguindo o roteiro esperado tanto pela defesa quanto pela acusação.
A estratégia de Bolsonaro: Cordialidade e Humildade
O ex-presidente Jair Bolsonaro adotou um tom conciliador, frustrando apoiadores que esperavam um embate direto com o ministro Alexandre de Moraes. Em vez disso, ele pediu desculpas e até brincou com o relator do caso, chamando-o de “Xandão” e perguntando, em tom de humor, se ele aceitaria ser seu vice em 2026 – proposta que Moraes recusou com um “Declino”, provocando risos na plateia.
Negando o Golpe: “Nunca se Falou em Intervenção”
Bolsonaro negou veementemente qualquer planejamento de golpe de Estado, afirmando que uma medida do tipo seria “abominável” e “danosa para o Brasil”. Sobre a minuta golpista apresentada por seu ex-ajudante Mauro Cid, o ex-presidente disse que não participou de alterações e que sempre agiu dentro da Constituição.
Contradições e Desmentidos
General Braga Netto negou ter dado ordens contra comandantes militares que se recusaram a apoiar o suposto plano.
Almir Garnier (ex-comandante da Marinha) teria, segundo a PF, colocado tropas à disposição para medidas excepcionais – algo que Bolsonaro desmentiu.
Voz de prisão: O ex-presidente negou que o general Freire Gomes tenha ameaçado prendê-lo, contradizendo o depoimento do ex-comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior.
Críticas aos Apoiadores do 8 de Janeiro
Bolsonaro chamou de “malucos” os manifestantes que defendiam intervenção militar, mesmo tendo incentivado protestos durante seu governo.

Outros Pontos do Interrogatório
Urnas eletrônicas: Manteve sua retórica contra o sistema, mas negou pressionar militares para questionar os resultados.
Ataques ao STF: Pediu desculpas por acusar ministros de receber “US$ 30 a 50 milhões” para beneficiar Lula, atribuindo as falas a “desabafos”.
Quem são os Réus?
Entre os julgados estão:
⦁ Mauro Cid (delator e ex-assessor de Bolsonaro)
⦁ Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin)
⦁ Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
⦁ Walter Braga Netto (ex-ministro e ex-candidato a vice)
⦁ Augusto Heleno (ex-GSI)
⦁ Paulo Sérgio Nogueira (ex-Defesa)
⦁ Almir Garnier (ex-Marinha)
⦁ O próprio Bolsonaro
Conclusão: Um Bolsonaro Diferente
Longe do estilo confrontador de seu mandato, o ex-presidente seguiu à risca a estratégia da defesa, evitando provocações e buscando desconstruir a narrativa de golpe. O caso, no entanto, segue em aberto, com a Justiça analisando as contradições